A Coleção Entomológica Moure e Costa (CEM&C) possui em seu acervo, cerca de 20.000 espécimes de abelhas (Hymenoptera) conservados em via seca, representativos dos biomas Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado e áreas de ecótono, oriundos de levantamentos sistemáticos de abelhas nas flores e de coletas esporádicas, com representantes de todas as famílias que ocorrem no Brasil. Os meliponíneos (Apidae: Meliponini) são bem representados na CEM&C, cuja diversidade consta de cerca de 16 gêneros e 59 espécies, alguns destes holótipos e parátipos de espécies descritas para o estado da Bahia. Destaca-se como um importante acervo de abelhas do Brasil, sendo a primeira do Nordeste. A coleção teve suas atividades iniciadas por volta da década de 1980, na Empresa Baiana de Pesquisa Agropecuária da Bahia (EPABA) que na década de 1990, juntamente com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba) formaram em junção a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), onde ficou no Laboratório de Abelhas (LABE) sob responsabilidade da Professora Dra. Marina Siqueira de Castro (EBDA/UEFS), até a extinção da EBDA em dezembro de 2014, tendo a sua guarda repassada, em 2015 ao Laboratório de Bionomia Biogeografia e Sistemática de Insetos (BIOSIS) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob a curadoria das Professoras Drª Favízia Freitas de Oliveira e da Drª Marina Siqueira de Castro. Os espécimes foram, em grande parte, identificados pelo Pe. Jesus de Santiago Moure (1984 – 2000); pela Bióloga MSc. Edilene Melo de Jesus e mais recentemente pelos biólogos MSc. Matheus Eduardo Trindade Santos e MSc. Ramon Lima Ramos com o suporte e orientação da Profª Dra. Favízia Freitas de Oliveira (UFBA). A coleção sempre recebeu materiais de coletas sistemáticas e esporádicas realizadas por meio de projetos desenvolvidos pela EBDA, pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Há especial interesse no valor agregado deste acervo, pois, são fontes de informações de espécies que podem ser utilizadas economicamente na agricultura e em projetos de conservação, manejo de ecossistemas e estudos de impacto ambiental. Assim a coleção pode funcionar como ferramenta para formação de novos taxonomistas e resolução de problemas taxonômicos que refletem no manejo de toda a biodiversidade e dos ecossistemas. Grupos com importância ecológica fundamental, tais como as abelhas, responsáveis por 80% da polinização dos cultivos agrícolas, o conhecimento sobre a biogeografia e distribuição das espécies torna-se importante para uma melhor estruturação dos agroecossistemas rurais e planejamento de polinização dirigida. Assim, coleções como a CMeC, passam a apresentar-se como ponto de partida para novas descobertas que terão reflexos à longo prazo em toda a construção do conhecimento científico regional.

Online desde: 13/07/2007
Última atualização: 21/06/2024

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